Segundo a PM, ele pilotava o bimotor que se chocou contra morros.
Thyago Santoro foi considerado o melhor aluno do curso de pilotagem
Foto: Arquivo Pessoal
A Polícia Militar identificou o piloto da aeronave que caiu e matou quatro pessoas em uma região de morraria da cidade de Chapada dos Guimarães, a 65 quilômetros de Cuiabá, nesta quinta-feira (1º). Thyago Santoro, de 24 anos, que também não sobreviveu ao acidente, segundo a PM, pilotava o bimotor de modelo Seneca, que transportava dois engenheiros da Secretaria Estadual de Transporte e Pavimentação Urbana (Septu). Um copiloto, ainda não identificado, também estava na aeronave e morreu.
Thyago fez o curso de pilotagem profissional de avião em uma universidade particular de Cuiabá. De acordo com o coordenador do curso, Henrique César Galina, o piloto foi o melhor aluno da turma. “Era o melhor aluno da sala. O Thyago era um profissional exemplar. Nunca teve problemas nas aulas, era cauteloso. Com certeza, tudo o que aconteceu foi uma fatalidade. A perda do Thyago é inestimável para a aviação brasileira”, afirmou.
Pelo plano de voo, a aeronave decolou do município de Confresa, a 1064 quilômetros da capital, com destino a Cuiabá. Segundo o Corpo de Bombeiros chovia muito no momento do acidente. O avião acabou batendo contra um morro. Os corpos foram encontrados apenas nesta sexta-feira (2) porque o local é de difícil acesso. O resgate dos corpos está sendo feito por uma equipe composta por policiais militares e bombeiros.
O acidente foi testemunhado por um morador da região, que, segundo o Corpo de Bombeiros, entrou na mata sozinho para tentar encontrar os destroços do aviao, mas não conseguiu e então acionou os bombeiros. O tenente do Corpo de Bombeiros, Eduardo Henrique, contou ao G1 que o morador disse ter visto o momento em que a aeronave bateu no morro e desapareceu na mata.
Oração na rede social
Em uma rede social, o piloto publicou uma oração sobre as consequências de um trágico acidente. "Em ti (senhor) confio as minhas asas e enquanto não for a hora da minha partida, deixai-me voar de volta para os braços das pessoas que amo. E no dia que chegar a hora de partir, que estas saibam que não morri, porque aviadores não morrem, aviadores voltam ao céu por outras asas", escreveu Thyago em 2011.
Thyago, segundo informou Galina, dominava o inglês e também fez vários cursos de especialização na área. “Ele foi escolhido a dedo para pilotar um jato de grande performance no estado. Fez treinamento no exterior e tinha todas as técnicas de pilotagem”, destacou Galina.
O piloto era evangélico e já estava noivo. Não tinha filhos. Ao G1, a Força Aérea Brasileira (FAB) confirmou que uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já se deslocou ao local para investigar as circunstâncias do acidente.
O major do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), Juliano Chiroli, informou que o local da queda da aeronave é de difícil acesso e o resgate dos corpos deverá ser feito de rapel. Após o resgate, os corpos deverão ser encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de necropsia.
Luto
O acidente ocorreu na quinta-feira (1º), quando os engenheiros civis da Septu, Orlando Monteiro da Silva (58) e Sidney Benedito Nunes (57), voltavam de Confresa, onde haviam participado de uma reunião para tratar da pavimentação asfáltica da MT-322.
O governador Silval Barbosa decretou luto oficial de três dias pela morte das vítimas e ressaltou que todas as medidas necessárias para o velório e apoio às famílias dos engenheiros estão sendo tomadas pelo governo do estado.
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