Publicado em 31/10/2012 por Fernando Valduga em Brasil, Força Aérea Brasileira, Militar
![OCJ_20090928_0065_152629[large]](http://www.cavok.com.br/blog/wp-contents/uploads/2012/10/OCJ_20090928_0065_152629large.jpg)
Uma aeronave C-130 Hercules do 1° GTT repousa no ambiente antártico. (Foto: Oswaldo Claro Jr. / Cavok)

O Brasil possui um programa de pesquisas científicas na região antártica desde 1982, o Proantar, através de uma base – Estação Antártica Comandante Ferraz(EACF), ou, simplesmente, Ferraz – instalada em definitivo em 1984 na Ilha Rei George (aos curiosos de plantâo, eis as coordenadas: -62.0865, -58.3932). Até o início de 2012, quando ocorreu o incêndio que destruiu cerca de 70% de sua área construída, ela era capaz de abrigar até 60 pessoas. Durante o verão, entre novembro e março, a Marinha mantém dois navios de pesquisa próximos à estação servindo de apoio. Durante o inverno, compreendendo os demais meses do ano, aquele apoio fica por conta da FAB, que realiza lançamentos de carga sobre Ferraz, pois não há espaço para a construção de uma pista onde encontra-se a estação brasileira. O Chile também presta auxílio, disponibilizando o aeródromo de sua principal estação, Base Eduardo Frei Montalva, localizada a uns quinze minutos de vôo de Ferraz, para as operações aéreas brasileiras (mais uma vez: -62.2, -58.964167).
Bem, depois desse “intensivão”, acho que já deu para todos terem uma ideia do quadro completo. Então, prosseguindo com a história do projeto, após retornar da última missão de inverno de 2009, quando estava fotografando o Esquadrão Gordo para o livro sobre eles que lançaria no ano seguinte, comecei a receber sinais de que aquela missão, por si só, renderia algo mais. “Como assim você foi à Antártica?”, foi o que mais ouvi, seguido de “Mas vocês pousam no gelo?” e, por último, o inevitável “Você é louco!”. Ok, talvez a última frase tenha algum fundo de verdade, mas bobo eu não sou e não demorei a perceber que, não só a missão antártica tinha um tremendo potencial, como a tarefa não seria apenas para um, ou sequer dois. Teria de ser uma equipe.
Desde então, a ideia ficou cozinhando na minha cabeça, paralelo à execução de outros trabalhos. Finalmente, em 2011, resolvi que o Asas Antárticas – não, o nome não era esse na época, aliás, nem nome tinha – já estava no ponto certo, e podia começar a enviar os convites aos interessados. Hoje somos seis pessoas – três profissionais da área de audiovisual, uma produtora, um designer gráfico, além de mim, claro – envolvidas na produção de um livro fotográfico e um documentário sobre o que o Brasil faz, literalmente, no fim do mundo. O lançamento será em agosto de 2013, mas se você não quiser esperar até lá ou gosta de bisbilhotar o projeto alheio, então seja bem-vindo, pois poderá acompanhar a produção aqui mesmo, nessa coluna no Cavok Brasil, ou na fanpage Asas Antárticas no Facebook, onde estarão reunidos fotos, vídeos e texto sobre tudo que não aparecerá no livro ou documentário.
Portanto, já temos encontro marcado na próxima coluna em novembro, quando contarei um pouco mais sobre a minha primeira missão em 2009 – ou a qualquer momento em nossa fanpage.

Nenhum comentário:
Postar um comentário