Publicado em 07/12/2012 por Fernando Valduga em Aviação Virtual
Hoje falaremos hoje sobre mais uma forma de ganhar dinheiro com a aviação virtual. No último artigo falamos com a visão do “empregado”agora falaremos sobre o “empregador”. Vamos apresentar hoje as empresas do setor de aviação virtual, que contratam milhares de pessoas em todo mundo.
Primeiramente, caso você tenha perdido algum artigo ou esteja sentindo-se perdido, veja antes nossos últimos artigos publicados para chegar ao “nível de cruzeiro”.
Bom, agora que todos leram as três primeiras matérias, vamos continuar nosso voo. O MSFS foi desenhado pelo Estúdio Aces (Aces Studio) era um estúdio de jogos independente. Ele foi comprado pela Microsoft e produziu muitos títulos populares, como oMicrosoft Flight Simulator e CombatFlight Simulator. Devido ao orçamento em meio a crise e a cortes duríssimos, o estúdio Aces foi fechado em 2009, e ainda estão para ser reaberto, mas é improvável devido à Microsoft estar usando sua própria empresa, o Microsoft Game Studio, para desenvolver seus jogos. Em outubro de 2009, os membros do Estúdio Aces formaram um estúdio novo jogo chamado de Cascade Game Foundry para o desenvolvimento de jogos de simulação. Com o seu último lançamento em 2006, o FSX, a Microsoft ganhou diversos prêmios com este simulador e um fato interessante é que o mercado brasileiro de simulação foi o primeiro a receber o lançamento, ou seja, foi feito aqui no Brasil antes dos demais países do mundo.
O grande barato do MSFS é o fator “add-on” ou traduzindo na linguagem virtual: possibilidades diversas de modificação ou adição de conteúdo… E graças a isso é que ele se tornou um sucesso no mundo todo, não somente usado por “simuleiros” mas também por diversas escolas de aviação ao redor do mundo pela possibilidade de cada um “personalizar” o seu simulador. Imagine você poder criar no simulador um ambiente idêntico a sua escola de aviação e colocar nela o mesmo avião que você voa, com a mesma pintura e com os mesmos parâmetros de operação, não seria legal. Nas fotos abaixo, você conseguiria identificar qual é a real e qual é a do simulador?
Acredito que não tenha sido tão fácil descobrir qual é real é qual é a do simulador certo? Então seguimos com nossa conversa.
O fato de o MSFS ser um simulador de código aberto permitiu que fossem adicionadas diversas melhorias a ele, com isso empreendedores de diversas partes do mundo enxergaram um novo negócio e começou então o crescimento do MSFS impulsionado pela “personalização” e pela capacidade de certas empresas conseguirem criar “add-ons” tão perfeitos, ou quase, que até os melhores e mais experientes pilotos confundiram-se ao voar nele.
Citarei algumas empresas e seus add-ons para MSFS que fazem a alegria dos simuleiros:
1° – Aeronaves
PMDG Simulations: Fundada em 1997, tem como destaques as aeronaves B737, B747, e MD-11, entre outras.
Emprega pessoas nos seguintes países: Canada, Bélgica, Alemanha,Grécia,Rússia, África do Sul e Estados Unidos. A PMDG tem licença e manuais da Boeing para produzir os add-ons para o MSFS.
Captain Sim: Fundada em 1999 por dois pilotos da aviação de caça russa, produz dentre suas aeronaves uma nave espacial, B777, B737, B707, B52, C-130 e Weapon para FSX (add-on que permite simular combate aéreo) entre outros.
Essa empresa possui o melhor C-130 para MSFS já criado.
Feelthere: Fundada em 2002, produz diversas aeronaves, com destaque para a família E-jets da Embraer.
Graças a essa empresa eu aprendi a operar o Embraer 190 por completo através do simulador, faltando só o convite da Azul ou Trip para operá-lo no real. Os aviões da série E-jets são quase perfeitos de tão realistas.
Carenado: O foco da empresa são as aeronaves da aviação geral, basicamente as executivas e de aeroclubes.
Destaca-se dentre elas o C172 e o B200, além de outras maravilhosas que estão apresentadas em seu site
2° – Cenarios
3° – Melhorias para as texturas diversas (tempo, água, nuvens, sol, etc)
Aerosoft -Airport Enhancement Services: fundada em 1991 para ser criadora de softwares para formação e check de pilotos, produz diversas aeronaves, além de diversos add-ons.
Emprega pessoas nos seguintes países: Áustria, Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Espanha, Suíça, Austrália, Hungria, México, Austrália e EUA, sendo que 50% do volume de negócios da Aerosoft vem de mercados internacionais.
Eu poderia ficar aqui durante horas citando empresas interessantes que contribuem para o crescimento do MSFS e da simulação de voo, porém acredito estar bem representado pelas empresas supracitadas. Elas servem de exemplo de como ganhar dinheiro com a simulação de voo e empregam milhares de pessoas no mundo que tem em comum o prazer pelo voo e o amor pela aviação. A cada dia elas contribuem mais para o avanço dessa ferramenta que é o simulador de voo, que se utilizado corretamente para o fim que foi produzido traz uma enorme gama de conhecimentos e benefícios.
A importância de um “add-on” ser perfeito ou quase perfeito é a possibilidade do piloto no simulador obter o máximo de ganho operacional possível, eu lembro que em meu primeiro voo (foi a noite) eu estava descendo do FL250 para o FL130 a mando do controlador e quando chegava a 13.000 pés eu perguntei ao comandante: “Ali é a Av. Brasil. Ali é a Marambai. Ali deve ser a Base Aérea de Santa Cruz, e lá na frente é o Realengo, ao lado é o Campo dos Afonso e ali é a Floresta da Tijuca?” Apontando o dedo nas direções ao qual eu questionava.
Era o meu primeiro voo no mundo real, só que eu já tinha feito diversas vezes aquele voo no virtual e conhecia bem a área de Angra dos Reis até Maricá. Isso me deu um ganho de umas 4 ou 5 horas de voo quando entrei para a Escola de Aviação, pois bastava o instrutor dizer- “Vamos para tal lugar…” e eu já sabia o que fazer, qual era o procedimento de decolagem, a altitude a manter e com isso otimizei o meu tempo de voo e economizei alguns reais.
Em várias forças aéreas do mundo e em companhias aéreas, hoje o simulador representa a possibilidade do ganho operacional de baixo custo permitindo assim explorar situações que seriam extremamente perigosas para pilotos e aeronaves e também muito caras; imagina quantas horas de voo não seriam necessária para treinar determinadas panes ou situações de risco para uma tripulação civil ou militar? Hoje é fato, o simulador de voo tem seu papel fundamental nas operações aéreas de uma Força Aérea ou de uma empresa aérea e claro, os simuleiros vão nessa onda, e quem leva a sério aprende pra valer!
No próximo artigo iremos falar sobre as VAs, ou Virtual Airliners, que utilizam a aviação virtual como meio de aprendizado e hobby. As redes de simulação, os conflitos da aviação virtual, os variados simuladores. Abraços a todos e Bons ventos!
Nota do Autor: Quando essa matéria for publicada, estaremos com o EDAv participando de um Fly-in para o VFAT, que é o maior evento de demonstração aérea virtual do mundo, e nós do Cavok faremos a cobertura exclusiva deste evento e postaremos os vídeos e fotos do evento. Acesse o site www.virtual-airshows.com para conhecer o evento.
Marco Antônio Ferreira dos Santos, é carioca, casado e pai de uma linda menina “que em 2035 será a primeira mulher a liderar a Esquadrilha da Fumaça”. Atualmente estuda para graduação de serviço social na UFRJ e é aluno de uma escola de aviação no Rio de Janeiro, possuindo prática de pilotagem em diversas aeronaves, incluindo o Citation Sovereign. Na área de aviação virtual desde 2004, possui mais de 4 mil horas de voo, além de 1.000 horas como controlador de trafego aéreo virtual. É administrador daForça Aérea Brasileira Virtual e coordena uma equipe de “oficiais” aviadores virtuais, além de ser instrutor da AFA virtual. Foi condecorado pelo Instituto de Estudos
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